domingo, 4 de maio de 2014

PM estima presença de 100 mil pessoas na Parada Gay 2014

PM estima presença de 100 mil pessoas na Parada Gay 2014

Estimativa foi feita após sobrevoo com helicóptero da PM, segundo coronel.
Participantes relataram furtos de aparelhos celulares durante evento.


Público ergue bandeira do Orgulho LGBT. (Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)Público ergue bandeira do Orgulho LGBT
(Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)
A 18ª Parada do Orgulho LGBT, realizada neste domingo (4) em São Paulo, reuniu cerca de 100 mil participantes na Avenida Paulista, de acordo com o coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari, um dos responsáveis pelo policiamento durante o evento.
"A estimativa foi feita com base em um sobrevoo com o Águia (helicóptero da PM) por volta das 13h, no início da parada, sobre a Paulista. Eu estava no aparelho", afirmou Pignatari ao G1. A organização do evento não forneceu estimativa sobre o número de participantes.
A concentração da Parada Gay teve início por volta do meio-dia na Avenida Paulista, na região do Masp. Por volta das 13h15, teve início o desfile de trios elétricos na pista sentido Consolação. A parada seguiu pela Rua da Consolação até a Praça Roosevelt, no Centro, e depois até a Praça da República, onde os participantes acompanharam shows até as 21h40 deste domingo.
Pedro Lima, finalista do The Voice, subiu ao palco, às 19h, para a apresentação de abertura. Wanessa Carmargo iniciou o show dela por volta das 20h30 e deixou o palco às 21h35. Pouco depois, ela retornou, com a barriga à mostra e com os dizeres "Somos Todos Iguais" para o bis final.
Durante o evento, a PM relatou três ocorrências, sendo uma por furto, outra por porte de drogas e uma terceira, que seria a apreensão de objetos contundentes com um grupo de punks menores de idade.
Algumas pessoas, no entanto, relataram ao G1 que tiveram seus aparelhos celulares furtados durante a Parada Gay e também durante o show de encerramento. "Colocaram a mão no meu bolso e pegaram. Pediram para eu entregar o relógio também", disse Júnior Barbosa Ferreira, de 39 anos. O estudante Maurício de Souza, de 17 anos, também afirmou que seu celular foi furtado. "Estava filmando, fui guardar no bolso. Quando coloquei a mão de novo nao estava mais lá", afirmou.
O coronel Marcelo Pignatari confirmou que dezenas de pessoas procuraram a polícia para relatar furtos de celulares, carteiras e outros objetos. "Essas pessoas foram orientadas a se dirigirem a delegacias da região ou então a registrarem um boletim pela internet", explicou Pignatari.
Politização
A Parada Gay deste ano uniu casais héteros e homossexuais na luta pela criminalização da homofobia e da transfobia, o tema da edição deste ano. Os casais dos mais variados gêneros pediam uma maior politização do evento e um maior engajamento dos participantes.

O desfile de trios elétricos da parada terminou no início da noite, na Praça da República, no Centro de São Paulo. Em seguida, os participantes começaram a se concentrar na praça para acompanhar o show da cantora Wanessa Camargo. Pedro Lima, bigode grosso, finalista do The Voice, subiu ao palco, às 19h, para a apresentação de abertura. A Parada Gay teve início ao meio-dia, com a concentração na altura do Masp, na Avenida Paulista.
Wanessa Carmargo iniciou o show dela por volta das 20h30 e deixou o palco às 21h35. Pouco depois, ela retornou, com a barriga à mostra e os dizeres "Somos Todos Iguais" para o bis final.
Entre os casais que participaram da parada deste ano, estavam o bancário João e o cabeleireiro Roberto, juntos há 13 anos. O casal frequenta a Parada desde então. “A parada é importante, mas nos últimos anos se desvirtuou um pouco”, afirmou João. “Não queremos só ver a bagunça, mas também a luta pelos nossos direitos”, completou.
Os dois afirmam até hoje nunca ter sofrido preconceito. “Eu e o Roberto somos privilegiados. Só sabemos o que é homofobia pela televisão”, disse João.
As drags Natany, 21 anos, Natasha, 23, e Alicia, 22: cotidiano de ofensas na escola e no trabalho (Foto: Caio Kenji/G1)As drags Natany, 21 anos, Natasha, 23, e Alicia,
22: cotidiano de ofensas na escola e no trabalho
(Foto: Caio Kenji/G1)
A situação é outra para as drag queens Alicia e Natasha, que afirmam viverem um cotidiano de ofensas desde a escola. “Hoje, eu curso biomedicina e, mesmo assim, sofro bullying de alguns colegas”, conta Natasha, que trabalha com compras. “O evento não dá conta de toda a realidade de um homossexual. Nós viemos para lutar pelos nossos direitos”, explicou a atendente de telemarketing Alicia. As duas namoram há um ano.
A drag Natany, amiga do casal e que é esteticista, concorda. “Ser gay não é apenas alegria, essa bagunça. E também não é só promiscuidade, como muita gente pensa. Nós estamos aqui para mostrar que existimos e que queremos nossos direitos”, declarou.
Para o produtor de cinema Leon Cunha, a Parada Gay “é a maior manifestação em defesa do amor, do respeito e da existência do diferente”. Não é a primeira vez que ele e a mulher, a jornalista Luciana Araújo, vão ao evento, com a filha, Maria Helena, de apenas dois anos. “A primeira parada dela foi ainda na barriga da mãe”, brinca ele, que afirma estar envolvido na produção de um documentário sobre a história da Parada LGBT
Pela primeira vez no evento, o técnico de TI Anderson preferiu se vestir de palhaço. “Eu coloquei essa roupa e essa maquiagem para chamar a atenção e dizer à sociedade que nós, gays, também existimos.” Ele estava acompanhado do namorado, Anderson, que frequenta a parada desde 2008.

Essa também não foi a primeira Parada LGBT da empresária Laura, que revelou ter perdido um irmão com HIV e que tem outro, homossexual, que mora fora de São Paulo. “Na minha família, nunca houve espaço para o preconceito”, diz ela, que trouxe a amiga Vera para assistir ao desfile. Ela vibrava a cada passagem de um trio elétrico. “Estou me divertindo muito. Com certeza, essa é a primeira vez de muitas outras que virei. Pretendo voltar todos os anos”, disse.
Participante concentrado para a 18ª Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo. (Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)Participante concentrado para a 18ª Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo. (Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)
Participantes vão à 18ª edição da Parada LGBT, que acontece na Av. Paulista. (Foto: Caio Kenji/G1)Participantes vão à 18ª edição da Parada LGBT, que acontece na Av. Paulista. (Foto: Caio Kenji/G1)
Grupo se reúne para participar da 18ª edição da Parada LGBT de São PAulo. (Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)Grupo se reúne para participar da 18ª edição da Parada LGBT de São PAulo. (Foto: Nelson Almeida/AFP Photo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário