segunda-feira, 12 de maio de 2014

Yasmin Brunet fala sobre a ditadura da magreza no mundo fashion

Yasmin Brunet fala sobre a ditadura da magreza no mundo fashion


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Para encerrar a temporada de inverno 2014 do Fashion Rio, Yasmin Brunet desfilou com exclusividade, pela segunda vez, para a Ausländer. Antes disso, a modelo também marcou presença no evento, mas no front row do desfile da Coca Cola Clothing (07.11) para ver seu marido, Evandro Soldati, entrar na passarela pela marca. Nas duas passagens a bela causou agitação entre os fotógrafos, jornalistas e fãs frenéticos: "Nossa, foi muito engraçado! Me senti a Madonna!”, comentou bem humorada antes de iniciar um bate-papo exclusivo com a Vogue sobre alguns temas polêmicos do universo fashion, como a ditadura da magreza. Siga lendo. 
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Já te pediram algo absurdo por conta de alguma trabalho?
Quando eu morava em NY, foi a minha fase mais magra. Eu e o Evandro tínhamos terminado na época e ficamos um tempo separados, e pediram para eu engordar e malhar para ganhar mais corpo, e ao mesmo tempo já pediram para eu emagrecer mais ainda, mais do que eu estava! 

Alguma campanha específica?Não. Foi a pedido da agência. Isso é considerado normal ainda hoje. Geralmente, quando você entra em uma agência, eles querem que a menina tenha um certo perfil, o “padrão” que eles consideram ser o ideal. Podem pedir para ela emagrecer mais, pintar ou cortar o cabelo. Tudo para a pessoa se adequar ao que eles dizem ser o padrão.
 
Como você enxerga essas ditaduras de “corpo do momento”?Acho que o mais importante é você aceitar o seu corpo. Não vejo problema em ganhar um pouco de peso ou perder um pouco quando necessário, não sou contra isso. Mas a ideia de que o corpo perfeito é ter a barriga negativa me preocupa, quem sabe alguém vai ditar que o próximo corpo do momento vai ser tirar a costela? Ou então, um corpo super malhado, marombeiro? Cada hora inventam biótipos diferentes que consideram ser o ‘perfeito’.

E as mulheres que querem se adequar a essa ditadura? O que você acha?As mulheres nunca vão estar satisfeitas com o seu corpo, é natural delas, são vaidosas e sempre querem melhorar uma coisa ou outra. O “corpo do momento” simplesmente não existe. O que existe é saúde, que é extremamente importante.

Qual sua posição a esse padrão estabelecido pela moda? Porque afinal, você também é modelo.As pessoas acham que eu caio em controvérsia quando comento algo sobre esse assunto, mas é bom deixar claro que sim, sou modelo, mas não faço nenhum esforço e nem luto freneticamente para ser magra porque esse é meu biótipo. Eu aceito ele, como aceitaria se fosse diferente. Sou vegetariana, não como carne, o que já me ajuda muito para eu manter o meu peso, eu caminho e frequento a academia só duas vezes por semana, não faço dietas rígidas, não tomo remédio para emagrecer. Sou contra isso, acho até que devia ter uma cota para ser preenchida na passarela de meninas diversificadas, porque as mulheres que estão assistindo os desfiles, tem os corpos mais diversos possíveis que a gente pode imaginar e isso ajudaria muito também na auto estima das mulheres.   (JULIA PITALUGA)
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