osos por um momento: advogados são bons colecionadores! O apuro estético desta, que mora em um apartamento nos Jardins, em São Paulo, depois de viver por sete anos em Milão, se voltou para o design. As evidências estão em toda parte: luminárias de Jean Prouvé, Antonino Sciortino, Achille Castiglioni e Isamu Noguchi; cadeiras de Charles e Ray Eames e da Kartell – originais dos anos 1960 –; bancos e mesas de Piet Hein Eek, Eero Saarinen, Geraldo de Barros e Hugo França; aquisições de Mauro Bolognesi, Rossana Orlandi, Graça Bueno e Teo Vilela Gomes – todos pertencentes ao seu círculo de amizades. É um lar cheio de histórias, nomes e sobrenomes. Mas o resultado é impressionantemente despojado.
O way of life europeu, aliás, foi um elemento marcante na hora de fazer a reforma, comandada pelo arquiteto paulistano Felipe Hess. “Ela fez questão de soluções pouco comuns em casas brasileiras. Quebrou paredes juntando não só a cozinha, mas também a área de serviço e o terraço à sala de estar. Não quis uma segunda suíte nem se importou com a união do lavabo com a cozinha”, explica o profissional. “Essas decisões, somadas ao belo mobiliário que ela trouxe da Itália, foram cruciais para conceber um espaço informal e relaxado que é, ao mesmo tempo, chique.”
A moradora procurava uma casa, mas a luz natural, vinda dos janelões e terraços, a convenceu a mudar de planos. “A varanda na altura das copas das palmeiras, que invadiam a sala, e o quintal aberto ao fundo da área do terraço foram decisivos na escolha. Além disso, a banheira é igual à minha em Milão. Logo me senti em casa”, lembra a proprietária, que se apaixonou pelo prédio dos anos 1960 e fez questão de manter as pastilhas da varanda, as ferragens do terraço, os parquets da sala e os azulejos curvos dos banheiros. “Tentei preservar os acabamentos originais ao máximo, só retocando-os. O piso foi ebanizado e os azulejos só precisavam ser pintados”, recorda a advogada.
Em meio a tanto design assinado, toques pessoais que a aproximam da família no dia a dia são bem-vindos: o rosa escolhido para o banheiro é igual ao da casa em Teresópolis da avó, de quem ela herdou o belíssimo tapete de vaca que fica na sala. No mesmo cômodo, uma pintura feita pela mãe ganha destaque.
O ladrilho hidráulico cinza-claro e azul-petróleo da cozinha, que transborda para o living, é motivo de orgulho tanto para o arquiteto quanto para a moradora. “Foi um projeto feito a quatro mãos. Mostrei para ela um padrão que [o arquiteto] Fernando Távora fez no Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, em Portugal, ela aprovou e sugeriu a disposição invadindo a sala”, conta Hess.
A proprietária, que adora cozinhar, queria poder interagir com seus convidados no estar ou no terraço enquanto preparasse seus jantares (ao som de Nina Simone, sua preferida entre os ídolos do jazz). Para garantir uma transição harmônica entre os espaços, ela tirou uma solução de um projeto assinado por Paola Navone que viu em uma revista italiana (claro!). O tão querido terraço, por sua vez, ganhou placas negras revestindo as paredes originais, irregulares. “O preto foi usado para dar profundidade”, detalha a advogada, contente por poder curtir, no Brasil, o suprasssumo de sua charmosíssima Itália.
* Matéria publicada em Casa Vogue #344 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
A moradora procurava uma casa, mas a luz natural, vinda dos janelões e terraços, a convenceu a mudar de planos. “A varanda na altura das copas das palmeiras, que invadiam a sala, e o quintal aberto ao fundo da área do terraço foram decisivos na escolha. Além disso, a banheira é igual à minha em Milão. Logo me senti em casa”, lembra a proprietária, que se apaixonou pelo prédio dos anos 1960 e fez questão de manter as pastilhas da varanda, as ferragens do terraço, os parquets da sala e os azulejos curvos dos banheiros. “Tentei preservar os acabamentos originais ao máximo, só retocando-os. O piso foi ebanizado e os azulejos só precisavam ser pintados”, recorda a advogada.
Em meio a tanto design assinado, toques pessoais que a aproximam da família no dia a dia são bem-vindos: o rosa escolhido para o banheiro é igual ao da casa em Teresópolis da avó, de quem ela herdou o belíssimo tapete de vaca que fica na sala. No mesmo cômodo, uma pintura feita pela mãe ganha destaque.
O ladrilho hidráulico cinza-claro e azul-petróleo da cozinha, que transborda para o living, é motivo de orgulho tanto para o arquiteto quanto para a moradora. “Foi um projeto feito a quatro mãos. Mostrei para ela um padrão que [o arquiteto] Fernando Távora fez no Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, em Portugal, ela aprovou e sugeriu a disposição invadindo a sala”, conta Hess.
A proprietária, que adora cozinhar, queria poder interagir com seus convidados no estar ou no terraço enquanto preparasse seus jantares (ao som de Nina Simone, sua preferida entre os ídolos do jazz). Para garantir uma transição harmônica entre os espaços, ela tirou uma solução de um projeto assinado por Paola Navone que viu em uma revista italiana (claro!). O tão querido terraço, por sua vez, ganhou placas negras revestindo as paredes originais, irregulares. “O preto foi usado para dar profundidade”, detalha a advogada, contente por poder curtir, no Brasil, o suprasssumo de sua charmosíssima Itália.
* Matéria publicada em Casa Vogue #344 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
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