sábado, 14 de junho de 2014

Idol No: coletivo de arte mistura grafite, moda e sustentabilidade

Idol No: coletivo de arte mistura grafite, moda e sustentabilidade



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Revistas velhas, vinis riscados, sapatos da última estação: o que para muita gente merece ser descartado, para o coletivo carioca Idol No Project é material de criação. Formado pelo casal Djone Real, 38, e Mary Girl, 31 (que nasceram João Miguel Salgado Maria Eugênia Coral), o Idol Nocomeçou em 2005, quando Djone se desligou do coletivo de grafite Fleshbeck Crew. A saída foi por motivos bastante simples: "o Djone é artista plástico de formação, e não tem essa técnica de letra em 3D, com spray, que é do grafite", diz Mary. Foi dessa incompatibilidade de técnicas, e não de gênios – já que todos continuam bastante amigos –, que nasceu o curioso nome. "O Djone que criou esse trocadilho, com I Don't Know e Idol No, porque ele não sabia fazer aquilo e não era um dos ídolos do grafite".

Quando decidiu fundar seu próprio coletivo, Djone queria retornar ao pincel, instrumento que dominava desde os tempos em que fora aprendiz do artista Luiz Zerbini. No entanto, a conexão com o grafite ainda era forte, o que resultou em uma técnica ímpar. "Para pintar, o Djone usa tinta spray no pincel", explica Mary, "o que resulta em pinceladas marcadas cheias de emoção, algo meio Van Gogh". Acrescente-se à tinta canetões coloridos e Djone tem todo o material que precisa para suas "interferências", como a customização de uma obra de seu ex-mestre que o próprio considerou melhor que o original. "O Zerbini tinha dado um quadro para a gente, porque não gostava dele. Aí o Djone pintou umas caveirinhas em cima e ficou tão bom que ele [o Zerbini] comprou de volta!", comemora Mary.
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Mas foi só em 2011, quando o casal estava esperando a segunda filha,Maria "Pink" Rosa(Maria "Girl" Menina, a mais velha, nasceu em 2008), que Djone começou a criar em cima de revistas de moda. "Eu comprava várias Voguespara matar o tempo e ele ia lá e desenhava nas fotos, colorindo e dando vida às imagens com o material comprado com a grana do quadro do Zerbini", relembra Mary. Essas photopaints já têm fãs no Brasil e lá fora, como os grafiteiros osgemeos e a modelo Thaila Ayala, que encomendou retratos do ator James Franco para presenteá-lo – cadeau muito benvindo, diga-se.

No mesmo ano, "uma fase de muita criatividade", nasceu o lado fashion do Idol No, estimulado pelobackground dos dois, já que Mary frequentava os backstages da Forum quando pequena e Djone é filho da figurinista Bia Salgado. Mas o novo branch surgiu quase por acaso. "Uma vez eu estava usando uma peça que a gente tinha customizado em uma festa promovida pela Nathalia Dill", conta Mary, "ela gostou tanto que pediu para eu fazer o styling dela na festa de estreia da novela Cordel Encantado". Desde então, o trabalho dos dois vem conquistando celebridades como Sophie CharlotteVanessa Giácomo e Letícia Persiles.
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Hoje, as criações da dupla pode ser vistas em diversos suportes: Djone pinta sobre retratos de revista, vinis, pôsteres; Mary garimpa peças em brechós, doações e bazares. Tudo selecionado em uma curadoria minuciosa. "Nós escolhemos as fotos a dedo e as roupas costumam ser de marcas bacanas", explica Mary.
Com os anos, a rede de amigos e conhecidos do casal começou a se expandir e a se interessar cada vez mais pelo projeto, que tem no Facebook e no Instagram suas grandes vitrines. Só agora, no dia 24.07, que as obras do coletivo serão expostas do modo mais tradicional. É que elas foram selecionadas para a galeria UrbanArts, no Rio de Janeiro, onde o casal-fundador conta ainda com a ajuda do grafiteito Michel Sock e da atriz e produtora Bruna Oliveira. Fica a deixa para garantir uma obra antes que o Idol No vá para o mainstream. (ANITA PORFIRIO)
  (Foto:  )retratos de James Franco comprados por Thaila Ayala, intervenção em obra de Luiz Zerbini e retrato de Seu Jorge encomendado pelo próprio (Foto: Reprodução)


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