domingo, 6 de abril de 2014

                                                   Comentando o “Se eu fosse você''

A questão da semana é o caso do homem que sempre sentiu atração por outros homens, mas nunca teve coragem de realizar seus desejos.
Nem sempre é fácil ser homossexual. Uma pesquisa sobre violência no estado de Nova York, EUA, concluiu que, entre todos os grupos minoritários, os homossexuais eram objeto de maior hostilidade. Mas não foi sempre assim.
Na Grécia clássica, a homossexualidade era uma instituição e ninguém se preocupava em julgá-la. Em algumas cidades gregas, era uma prática necessária dos ritos de passagem da juventude cívica, num quadro regido pelas leis, mas se relacionando estreitamente com a masculinidade.
Na Europa dos séculos 12 e 13 começou a repressão maciça da homossexualidade, considerada heresia, que evoluiu até o terror da Inquisição. No século 19, a atividade homossexual deixou de ser pecado e passou a ser considerada doença. Mas o tabu só diminuiu com o surgimento dos anticoncepcionais, na década de 1960. A dissociação entre o ato sexual e a reprodução aproximou as práticas homo e hétero, ambas visando ao prazer.
Apesar de, hoje, os gays não serem mais considerados doentes, a discriminação continua e eles são hostilizados e agredidos. E quem são os homofóbicos? Estudos apontam pessoas conservadoras, rígidas, favoráveis à manutenção dos papéis sexuais tradicionais. Ao se considerar, por exemplo, que um gay não é homem, fica clara a tentativa de preservação dos estereótipos masculinos e femininos, típicos das sociedades de dominação que temem a igualdade entre os sexos.
A homofobia é, para muitos homens, um mecanismo de defesa psíquica, estratégia para evitar o reconhecimento de uma parte inaceitável de si. Agredir os homossexuais é um modo de exteriorizar o conflito e torná-lo suportável.
Mas o pior inimigo do homossexual é a sua própria homofobia. Ao introjetar os valores da sociedade em relação à homossexualidade, muitos gays se recriminam por desejar outro homem. Negam completamente o sexo ou levam uma vida dupla, casando e tendo filhos. É grande o esforço que fazem para acreditar que são heterossexuais, mesmo à custa de muito sofrimento.




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