A 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), programada para este domingo na avenida Paulista, em São Paulo, terá como tema central a luta contra o "retrocesso". Com o mote 'Para o armário nunca mais', os organizadores pretendem destacar o que chamam de ação de "segmentos religiosos fundamentalistas", que estariam agindo no Legislativo brasileiro. Um dos alvos será o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, a quem os manifestantes reservaram o último dos trios elétricos da Parada para protestar.
No campo musical, a apresentação da cantora Daniela Mercury - financiada pelo governo baiano -, que recentemente assumiu um relacionamento com outra mulher, será o ponto alto. A apresentação contará com 22 músicos, a partir das 14h. Está confirmado ainda show de Ellen Oléria, vencedora do programa The Voice Brasil, da Rede Globo.
"Não queremos retrocesso como vem sendo imposto por alguns segmentos de religiosos fundamentalistas. Não podemos retroceder e ver retirados direitos que já conseguimos", afirma Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT.
O deputado Marco Feliciano, que preside a CDH da Câmara desde 7 de março, é pastor da igreja Assembleia de Deus. Causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. O parlamentar, que está em seu primeiro mandato, postou, à época, que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Em função das mensagens homofóbicas e racistas, ele éalvo de protestos desde que foi indicado para o cargo na comissão.
Segurança
Enquanto a organização espera atrair para o evento mais de 3 milhões de pessoas, a Polícia Militar do Estado de São Paulo prometeu reforço no policiamento. Serão 1,8 mil agentes de seu efetivo para fazer a segurança da Parada Gay e seu entorno. O evento começa na avenida Paulista, passa pela rua da Consolação e termina nas imediações da praça da República, região central da capital.
Enquanto a organização espera atrair para o evento mais de 3 milhões de pessoas, a Polícia Militar do Estado de São Paulo prometeu reforço no policiamento. Serão 1,8 mil agentes de seu efetivo para fazer a segurança da Parada Gay e seu entorno. O evento começa na avenida Paulista, passa pela rua da Consolação e termina nas imediações da praça da República, região central da capital.
A principal recomendação para aqueles que vão participar do evento é para não ostentar objetos pessoais de valor, principalmente celulares. A Guarda Civil Metropolitana terá cerca de mil homens para reprimir principalmente o comércio ilegal, notadamente o de bebidas alcoólicas.
O evento será o primeiro que reunirá milhares de pessoas após a realização da Virada Cultural, nos dias 18 e 19 de maio. Na ocasião, o policiamento sofreu severas críticas por conta de arrastões e uma atuação passiva dos policiais diante dos relatos do público, vítima dos criminosos. Uma pessoa foi baleada durante um assalto e morreu.
No início do mês, a PM chegou a divulgoar que o número de policiais previsto para trabalhar no evento seria o mesmo do ano passado. De acordo com o coronel Reinaldo Simões Rossi, comandante da PM na região central da cidade, o aumento do efetivo não está ligado aos incidentes ocorridos na Virada Cultural.
"Faremos um trabalho vinculado à proteção da vida e do patrimônio das pessoas. Teremos policiamento velado para acompanhar eventuais grupos que queiram quebrar a ordem. Serão desenvolvidas ações para garantir a segurança, não só no evento, como nos corredores e seu entorno. Estaremos atentos a grupos que optem por fazer ações coletivas", disse o coronel. Ele afirma que neste ano haverá policiais em plataformas elevadas no percurso da Parada para aumentar o campo de visibilidade da tropa.
"Estamos confiantes que ao final da Parada tenhamos resultados favoráveis não só em números, mas também com a sensação de que cumprimos o nosso dever", disse. De acordo com o comandante, o policiamento velado estará atento à atuação de grupos de intolerância e, inclusive, àqueles que se unam para a realização de roubos. "Esse é um dos motivos que justificam o aumento do efetivo de policiamento", disse.
Solidariedade
Nesta edição da Parada, o Camarote Solidário vai fazer parte do evento. Depois de dez anos no mezanino do condomínio Conjunto Nacional, desta vez um caminhão vai ajudar a arrecadar alimentos para instituições que atendem pessoas com HIV. O Trio Solidário estará aberto para receber mantimentos não perecíveis.
Nesta edição da Parada, o Camarote Solidário vai fazer parte do evento. Depois de dez anos no mezanino do condomínio Conjunto Nacional, desta vez um caminhão vai ajudar a arrecadar alimentos para instituições que atendem pessoas com HIV. O Trio Solidário estará aberto para receber mantimentos não perecíveis.
Realizado com o apoio da Associação da Parada do Orgulho GLBT, o Trio Solidário será o quarto a desfilar neste domingo. Quem doar alimentos deve procurar o caminhão para fazer a entrega. No ano passado, o Camarote Solidário arrecadou 3,3 toneladas de alimentos que foram distribuídos para 11 organizações não governamentais e casas de apoio que atendem pessoas com HIV na Grande São Paulo.
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