terça-feira, 22 de abril de 2014

Dançarino morto em favela encenou própria execução em curta-metragem


Dançarino morto em favela encenou própria execução em curta-metragem

DG, que dançava no programa 'Esquenta', foi encontrado morto na favela.
No curta, viveu ele próprio e foi executado por policiais militares.

22/04/2014 22h10 - Atualizado em 23/04/2014 00h32

Dançarino morto em favela encenou própria execução em curta-metragem

DG, que dançava no programa 'Esquenta', foi encontrado morto na favela.
No curta, viveu ele próprio e foi executado por policiais militares.

Do G1 Rio
Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, de 26 anos, encontrado morto nesta terça-feira (22) na comunidade Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, participou de um curta-metragem em que encenou a própria execução, em junho de 2013. O filme de seis minutos mostra a realidade de jovens de favelas e suas relações com a Copa do Mundo.No curta "Made in Brazil", produzido para ser apresentado em um festival em Nova York, Douglas interpreta DG e é morto por policiais militares. Na vida real, ele foi encontrado com sinais de espancamento dentro de uma creche. O laudo preliminar da Polícia Civil aponta marcas de uma possível queda. Parentes e moradores dizem que ele foi espancado após fugir de PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A PM nega.

Projetos
Wanderson Chan, diretor do filme, disse que Douglas estava cheio de projetos e o procurou recentemente porque queria gravar um clipe. A gravação, segundo Chan, estava prevista para começar em maio deste ano.

“Aquilo tudo que é mostrado no filme é ele, um cara superpopular entre as crianças. Eu o conheci através de um amigo e fiz um filme que era ele. Gravamos em 2013, no Pavão-Pavãozinho, e a cena da morte em Belford Roxo, porque não conseguimos uma autorização para filmar usando a réplica de uma pistola. Ele estava com um projeto de gravar um videoclipe e me chamou pra fazer. Ele me procurou, estava meio triste, porque houve uma pausa no trabalho da TV. Ele estava sem recurso”, disse Chan.

Sinais de morte por queda, diz polícia
De acordo com a 13ª DP (Ipanema), onde o caso foi registrado, as circunstâncias da morte de Douglas estão sendo investigadas. O laudo preliminar da perícia apontou que as escoriação são compatíveis com morte ocasionada por queda. Equipes da delegacia estiveram no local. Testemunhas e moradores estão sendo chamados para depor.

Protesto
Uma manifestação tomou as ruas de Copacabana e Ipanema, no entorno da comunidade Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, por volta das 18h desta terça-feira. O protesto de moradores começou após o corpo do dançarino ser encontrado na comunidade.
"Ele morreu à 1h com marca de espancamento. Mais de 12 horas depois a gente conseguiu ver o corpo. Estava em posição de defesa, todo machucado. Ele não tem marca de tiros", disse a mãe, a técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, contando que DG mora com ela na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, e tinha ido à favela visitar a filha, de 4 anos.
Douglas, o DG, encenou a própria morte em 2013 (Foto: Reprodução / Youtube)Douglas, o DG, encenou a própria morte em 2013 (Foto: Reprodução / Youtube)


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